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Uso do solo e a energia assegurada

  • Foto do escritor: Rhama Analysis
    Rhama Analysis
  • 15 de ago. de 2011
  • 2 min de leitura

Nas últimas décadas muitas bacias brasileiras passaram por mudanças no uso do solo, principalmente no Sudeste e no Sul do Brasil. A mata original foi modificada para culturas anuais, pastos, urbanização entre outros. A maioria destes usos faz com que a vazão média de longo período aumente, modificando a relação entre precipitação e vazão nas bacias hidrográficas.

Isto ocorreu na bacia no rio Paraná como pode ser observado na incremental de Itaipu. A bacia incremental do reservatório de Itaipu no rio Paraná é a bacia entre a confluência do rio Paranapanema e o rio Paraná até ao reservatório de Itaipu. Veja figura abaixo. Antes e depois de 1970 observam-se importante diferença entre os valores anuais de precipitação e a consequente vazão anual. Este processo ocorreu devido ao desmatamento junto ao lago e a mudança do tipo de cultura no Norte do Paraná, de café para culturas anuais como o soja.

Este aumento de vazão média tem consequência para setores como o de energia que utiliza séries históricas desde 1930 e estima sua energia assegurada com base no período crítico de 1949 a 1956. Como as séries do setor elétrico são históricas e não sofreram correções devido as alterações não-estacionárias do uso do solo, a energia assegurada pode estar subestimada, principalmente porque o período no qual é calculada era anterior as alterações no uso do solo na região.

Portanto, atualmente parte da efetiva energia assegurada é comtabilizada como energia secundária com preço menor no mercado. Nesta análise não se examina a alteração na regularização da vazão, que também pode alterar a energia assegurada. Os resultados do rio Paraná mostraram que as vazões mínimas também aumentaram. Esta condição também pode aumentar a regularização natural, independente dos reservatórios.

Esta constatação não afeta apenas o preço, mas será que estes empreendimento não poderiam ser repotencializados para aproveitar esta energia adicional como fez Itaipu com as duas turbinas adicionadas na última década? São questões interessantes para serem investigadas.

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