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PMP: Como agregar maior valor e segurança as estimativas?

  • Foto do escritor: Rhama Analysis
    Rhama Analysis
  • 26 de set.
  • 2 min de leitura

As estimativas de Precipitação Máxima Provável (PMP) tiveram início formal nos EUA nos anos 1940, com o objetivo de calcular a Vazão Máxima Provável (QMP) ou Cheia Máxima Provável (CMP) — um parâmetro essencial no dimensionamento de barragens e outras infraestruturas hidráulicas. 


Desde então, a metodologia foi consolidada pela Organização Meteorológica Mundial (WMO, 2009), que define a PMP como a “profundidade máxima de precipitação meteorologicamente possível para uma determinada duração e local, sem considerar tendências climáticas de longo prazo”


Por que este conceito é mais aplicado às barragens? 


Barragens, especialmente de hidrelétricas, abastecimento ou rejeitos de mineração, são estruturas críticas: uma falha pode causar consequências catastróficas (perda de vidas humanas, destruição de cidades inteiras e prejuízos econômicos e ambientais enormes).  


Por isso, as normas de segurança exigem cenários extremos de projeto, e a PMP é o mais extremo deles. 


🔹 Conceitos clássicos da PMP 

  • Umidade máxima: escalonamento de eventos observadas para refletir a máxima umidade possível. 

  • Transposição de tempestades: realocação de eventos em regiões climaticamente semelhantes. 

  • Síntese: integração de resultados para gerar curvas contínuas de PMP. 


🔹 Evolução recente 


Com os avanços em Big Data e Inteligência Artificial, sensoriamento remoto, reanálises meteorológicas e modelagem numérica, a metodologia de PMP vem sendo modernizada. Atualmente, discute-se até mesmo a incorporação de mudanças climáticas de longo prazo, antes não consideradas pela definição tradicional. 


Um marco importante foi a publicação “Modernizing Probable Maximum Precipitation Estimation”  (National Academies of Sciences, Engineering, and Medicine, 2024), que recomenda caminhos para atualização da PMP nos EUA — já parcialmente aplicados em alguns estudos. 


  • Melhorias em curto prazo - melhorar coleta de dados, reconstruir tempestades via modelos e fortalecer o embasamento científico dos métodos atuais. 

  • Melhorias em longo prazo - aplicar modelos climáticos de alta resolução capazes de simular tempestades de magnitude PMP. 


🔹 Aplicações na América do Sul Projetos recentes revisados ou desenvolvidos pela Rhama Analysis mostram a diversidade metodológica: 


  • Salto Grande (Rio Uruguai): ênfase no sincronismo entre sub-bacias e maximização pela água precipitável. 

  • Itaipu (Rio Paraná): cenários de PMP de verão e inverno, considerando efeitos de mudanças climáticas em 100 anos. 

  • Minas Gerais e Pará (Mineração): uso de grades de 8 km², dados de satélite e modelos de reanálise via SPAS. 

  • Castro Alves (Rio das Antas/RS): estudo simplificado, destacando a necessidade de integração com dados em grade. 


🔹 Normativas brasileiras 


No Brasil não há uma normatização específica para cálculos de PMP, sendo comumente associadas a QMP ou CMP. Neste sentido, a QMP é mencionada para barragens de alto risco / alto Dano Potencial Associado (DPA), mas a metodologia também não é normatizada, podendo ser substituída pela cheia decamilenar. O que se exige é que os estudos sejam tecnicamente consistentes, baseados na WMO (2009) e reconhecidos pelo órgão regulador (ANEEL, ANM, ANA). 


🔹 Conclusão 


A revisão de estudos mostra que a modernização das estimativas de PMP é inevitável. A integração de pluviômetros, satélites, reanálises e modelagem climática amplia a quantidade de dados utilizados nos cálculos, reforçando a confiabilidade nos resultados, e responde às demandas atuais por mais segurança em projetos críticos. 


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Elaborador por: Daniele Feitoza Revisão de: Bruno Biazeto

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