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Seca no sul do Brasil

  • Foto do escritor: Rhama Analysis
    Rhama Analysis
  • 26 de jan. de 2012
  • 3 min de leitura

Este verão tem sido marcado pelo período de enchentes no Sudeste e Seca no Sul do Brasil. Tem sido mencionado o efeito da La Nina que tende a diminuir as chuvas no Sul do Brasil e aumentar as chuvas no Nordeste e com efeitos variados no Sudeste. O clima tropical é de chuvas de verão com secas no inverno, como se observa em grande parte do Brasil. O clima temperado tende a ter seca no verão e chuvas maiores no inverno. Paraná e principalmente Santa Catarina possuem clima de transição com chuvas em diferentes partes ano. O Rio Grande do Sul tende a ter um clima mais subtropical tendendo para o temperado onde as chuvas predominantes são de inverno com período seco de irrigação de 15 de dezembro a 15 de fevereiro. Isto caracteriza o que se chama de sazonalidade, ou seja, a variação do clima dentro do ano. O ano hidrológico (início do período chuvoso até o final do período seco) tradicional do Sudeste é de outubro a setembro, com período chuvoso de outubro a abril. No Rio Grande do Sul, com uma certa predominância temperada tem o ano hidrológico de maio a abril com período chuvoso de maio a setembro. No entanto, estas condições mostram variabilidade interanual (sequencia de anos) em função dos anos de El Nino e La Nina, mudança climática e outros fatores que intervêm no clima ao longo de muitos anos. No verão passado houve chuva distribuída ao longo de todo o verão, com grande benefício para a agricultura, mas este ano o número de dias sem chuva tem sido prolongado produzindo as condições de seca. Nesta região este problema se agrava, principalmente no Planalto do RS, Santa Catarina e Paraná, que estão sobre uma formação de basalto (geologia) com solo pouco profundo e com bacias hidrográficas com pouca capacidade de regularização natural (águas subterrâneas). Os rios secam rapidamente sem capacidade de manutenção de uma vazão que atendam os usos da água. Portanto, o lógico seria investimento em regularização de reservatórios e irrigação para agricultura. Acontece que anos secos como estamos observando ocorrem numa frequência média da ordem de 6 anos e os riscos são assumidos quando não existem estruturas de regularização para estes anos. O problema maior são os riscos de secas prolongadas, que são sequencias de anos abaixo da média. Num cenário como este a economia destes Estados pode entrar em colapso. A história das séries hidrológicas mostra que no período de 1942 a 1951 houve um período seco muito prolongado no Rio Grande do Sul. Todos os anos tiveram chuvas muito abaixo da média, com o menor valor em 1946. Talvez tenha sido esta a motivação de grande parte da população do Estado de se mover para Santa Catarina e Paraná e depois mais ao Norte neste período. Portanto, os maiores riscos atuais são da repetição de um período como este, que certamente ocorrerá, e da falta de preparo da infraestrutura na medida em que a maioria dos reservatórios foi dimensionada com séries históricas após este período. Numa análise da curva de regularização, um reservatório no rio Uruguai dimensionado sem a série de 1940 a 1951 tem metade do volume necessária para atender a demanda neste período. A repetição de secas prolongadas mostra na história grandes movimentos de população como dos Maias e outras. Na sociedade moderna estes problemas podem ter implicações mais complexas.

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