Fazer pós-gradução ou trabalhar?
- Rhama Analysis

- 6 de fev. de 2011
- 2 min de leitura
O título deste texto é um dilema comum para a maioria dos alunos, principalmente num mercado aquecido com grande demanda de profissionais. Algumas semanas atrás tratei parte este assunto dentro do contexto de oportunidades de recursos hídricos, que vamos ampliar neste artigo. O principal comentário das pessoas que evitam fazer a pós-graduação logo após a graduação é que desejam ter mais experiência para aproveitar melhor esta fase de estudos. No entanto, o que ocorre é que depois que o aluno está trabalhando os compromissos pessoais e de trabalho limitam estes estudos pela falta de tempo, capacidade de desenvolver a pesquisa e falta de recursos para se dedicar ou mesmo cursar. Pela minha experiência, a taxa de conclusão da pesquisa entre os que ficam dedicados tempo integral ao mestrado (ou ao doutorado) é de quase 100%, enquanto que para os que vão trabalhar cai para 30 a 40%.
A falta de experiência para aproveitar o curso realmente é um fator importante, mas não é decisivo frente aos demais. Não deve ser este o principal fator decisivo. O aluno que entra na pós-graduação ganha maturidade de abordagem dos problemas. Iniciando a trabalhar ele pode ganhar experiência se tiver diversidade do trabalho que atuará. Portanto, é uma escolha de oportunidade do tipo de trabalho que atuará e do pós-graduação que dará uma visão maior no assunto.
A graduação infelizmente é ainda como uma gincana de vencer etapas sem que o aluno aprenda a pensar sobre o conhecimento adquirido. Posso estar sendo rigoroso, mas a realidade tem mostrado que um grande número de provas com vários conteúdos simultâneo (somado ao trabalho que muitos têm) fazem com que o aluno faça um curso pasteurizado, onde o que interessa é passar nas provas e se formar. O entendimento dos conceitos e a capacidade de desenvolver seu próprio conhecimento acabam sendo transferido para a pós-graduação onde o aluno passará a consumir publicações mais especializadas e se aprimorar numa determinada área. É fase de sair da ¨receita de bolo ¨ para uma maior autonomia de conhecimento.
Em áreas com recursos hídricos que é fortemente interdisciplinar, onde nunca um problema a resolver é igual ao outro não basta aprender regras e métodos fragmentados, é necessário entender os processos para poder dar soluções a estes problemas. Portanto, a decisão de fazer o pós-graduação é uma assunto muito pessoal , mas não é muito conveniente adiar muito. O fundamental quando da escolha é optar por um bom programa onde será possível crescer como profissional.
Recentemente a revista Economist apresentou um artigo sobre a pós-graduação nos Estados Unidos e Europa e criticou os resultados obtidos pelos alunos de doutorado. A tendência internacional dos alunos que irão atuar no mercado de trabalho fazerem apenas o mestrado e somente aqueles que se dedicarão a pesquisa fazerem o doutorado. O nível de doutorado deve ser escolhido com objetividade, principalmente pelos temas de pesquisa e sua relação com a sua área de atuação. Geralmente este título é mais importante para quem for atuar em Centro de Pesquisa e Universidade.

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