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Custos dos desastres naturais

  • Foto do escritor: Rhama Analysis
    Rhama Analysis
  • 7 de fev. de 2012
  • 3 min de leitura

No ano passado os desastres naturais como Tsunami no Japão, inundações no Brasil e Tailândia cobraram um preço econômico alto, além do social, representando prejuízos importantes para indústria japonesa que teve perda de fornecedores no próprio Japão e de plantas na Tailândia, além de outras indústrias. A revista The Economist, no seu número de 14 de janeiro deste ano mostrou alguns dados que dão a magnitude destes prejuízos para diferentes tipos de desastres naturais. Alguns dos maiores desastres foram: (a) China, 1998 42 bilhões de dólares e 4.159 mortes; (b) Tsunami do Japão 2011, 210 bilhões de prejuízos e 15.840 mortes; (c) USA, Katrina em 2005, 144 bilhões e 1.322 mortes. Os prejuízos das inundações na Tailândia foram de US$ 40 bilhões. Segundo Munich Re (citado no artigo acima) avalia um total de prejuízos de US$ 378 bilhões para 2011, mas representa uma parte pequena do PIB Mundial (da ordem de 50 a 60 trilhões), mas geralmente a riqueza está concentrada nos países desenvolvidos e os prejuízos nos mais pobres e vulneráveis. Para os Estados Unidos o prejuízo de Katrina, o maior da sua história, representou 1% do PIB. Antes que você imagine que estes prejuízos são devido ao efeito estufa, deve-se considerar que a população está aumentando e ocupando áreas de riscos. Estes eventos estão relacionados com variabilidade natural, podendo ter algum componente de mudança climática, mas não os modelos não mostram confiabilidade para prever estas alterações. O referido artigo menciona que descontando os casos excepcionais como o do Haiti de 2010 e Bangladesh de 1970 e ajustando para o crescimento da população, a tendência de mortes tem declinado com o tempo. No entanto, destaca que os prejuízos econômicos e sociais estão aumentando pela localização de população e atividade econômica em áreas de risco. Exemplifica que o furação de 1926 na Florida que custou 1 bilhão de dólares a valor presente, custaria hoje 188 bilhões. Portanto os prejuízos estão crescendo mais do que o PIB dos países. Destaca também que com o crescimento urbano, em 2070, 9% do PIB mundial estará exposto à inundação (impacto econômico). A população urbana exposta à inundação chegará em 2050 a 16%, quando a população mundial será 70% urbana. Com a tendência de ocupação das áreas de risco é necessário desenvolver medidas preventivas, minimizar a ocupação destas áreas e desenvolver resiliência quando os eventos extremos ocorrem. As pessoas tendem a desprezar os eventos extremos e ocupar as áreas de risco. Isto reflete a famosa avaliação de risco das pessoas: ¨comigo não acontecerá¨. A resiliência passa por várias medidas como, por exemplo: Os holandeses estão desenvolvendo as casas flutuantes, como as palafitas da Amazônia, mas com mais complexidade; ocupar áreas de risco com verticalização com espaços verdes e aterros nas áreas de uso; prever sistema de vedação e refluxo das instalações; sistema de previsão alerta; diques que possam inundar outras áreas para aliviar, entre outras medidas. Gestão de risco é sempre uma questão de quanto risco estamos dispostos a assumir. Todos os dias quando saímos de casa no trânsito, no avião, ao atravessar uma rua, estamos assumindo riscos. No caso de inundação, como é um evento menos frequente tem-se a tendência de desprezar o risco, ficando alerta quando ocorrem grandes eventos. No entanto, em projetos comerciais e industriais pode levar a falência uma empresa pela má escolha ou economia inadequada quanto aos riscos. Recentemente avaliei uma proposta de área de loteamento, onde o risco da casa ser destruída a cada 10 anos era superior a 80%. Você assumiria este risco? Portanto, quando envolvem inundações geralmente o menor custo será não ocupar a área de risco. É lamentável que praticamente 100% das cidades brasileiras não possuam mapas de risco e zoneamento das áreas de inundação no seu Plano Diretor Urbano. Isto poderia direcionar a cidade para locais seguros e mitigar futuros eventos.

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