A história se repete: inundações no Rio
- Rhama Analysis

- 11 de abr. de 2010
- 3 min de leitura
Atualmente no Brasil as inundações resultam quase sempre nas mesmas conseqüências, apenas mudam aleatoriamente de endereço, de acordo com as chuvas intensas. Este verão tem apresentando uma freqüência de ocorrência fora do normal devido ao efeito do El Nino, que são temperaturas acima da média numa parte do Pacífico. Está assim desde setembro do ano passado e as últimas previsões indicam que devem se dissipar e chegar a média entre abril e junho próximo.
Aprender com os erros é uma virtude, persistir no erro é uma incompetência. O país continua persistindo nos mesmos erros e a medida que as cidades crescem os problemas se agravam de forma aguda. Estamos ficando insensíveis a tanta mortes e prejuízos.
Existem causas bem definidas, muitas já expostas neste blog em várias outras matérias, que são:
•Ocupação de áreas de risco, principalmente de encostas, que se configuram como áreas de risco. Num período seqüencial de chuva a encosta escorrega devido ao peso da água atingindo a população abaixo e que está sobre a encosta. Esta é a causa de 90% das mortes observadas nos eventos de inundações; •Impermeabilização do solo e canalização (com recursos públicos) que transferem a inundação de uma área da cidade para outra mais a jusante, com magnitude e impacto maior. Infelizmente uma parte ponderável dos investimentos que estão ocorrendo no país, pelos municípios com recursos federais, deve agravar ainda mais este problema, já que estão fechando canais, transferindo impactos dentro da própria cidade. Isto gera o seguinte: o custo é da ordem de seis vezes maiores que as medidas sustentáveis e aumenta os prejuízos. Mais assustador é que estes projetos não passam por licenciamento ambiental e produzem muito mais prejuízos que maioria dos projetos licenciados nas cidades; •Ocupação de áreas de risco de inundação dos rios nos períodos secos, gerando depois cidades insustentáveis que necessitam altos recursos para proteção que não se justificam economicamente e acabam periodicamente inundadas; •Contaminação de águas pluviais, esgotos, lixo carreado pela chuva, erosão e entupimento do sistema de drenagem (65% do lixo que entra na drenagem não sai), etc.
O resultado da incompetente gestão urbana leva ao impacto social e ambiental que se observa atualmente no noticiário, onde existem absurdos como a de uma montanha de lixo (o lixão deveria ter sido recuperado em todos os sentidos) ocupada por população que invadiu a área, desabar gerando tantos prejuízos e mortes.
Alguns anos atrás a gestão política do país teve uma importante legislação que permitiu reduzir o déficit público, que foi a “lei de responsabilidade fiscal” onde o dirigente público poderia estar sujeito a rigorosas penalidades. Apesar de algumas deficiências contribuiu para minimizar o déficit das contas. Na área ambiental os prefeitos e as companhias concessionárias das cidades não possuem o menor respeito com o saneamento que envolve o tratamento de esgoto, drenagem e resíduos sólidos. Enquanto as empresas estão sujeitas as “penas das leis ambientais” as cidades podem tudo!! , com a complacência dos órgãos ambientais de fiscalização. Inclusive as empresas de saneamento cobram esgoto sem tratar, portanto quando terão interesse e investir neste tratamento? Acredito que seria importante buscar uma “ lei de responsabilidade ambiental e social” (apesar das já existentes), onde absurdos e bombas relógios como a de Niterói sejam reduzidas. Um exemplo interessante foi a cidade de Milão, que depois de passar a receber uma multa diária de 100 mil euros, em três anos completou o tratamento de esgoto de toda a cidade.
Os gestores públicos deveriam parar de culpar o clima e realmente desenvolverem um plano de minimização dos impactos dos eventos de cheia.
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