top of page

Potencial conflito e escassez da água na Índia

  • Foto do escritor: Rhama Analysis
    Rhama Analysis
  • 16 de ago. de 2009
  • 2 min de leitura

Esta semana duas notícias chamaram a minha atenção no noticiário sobre a água que envolve a Índia (Valor Econômico de 13/agosto e de 14/agosto): “India tem queda recorde no nível de lençol freático” por Tim Sullivan da Associated Press e a coluna apresentada por Brahma Chellaney, professor de Estudos Estratégicos do Centro de Pesquisa de Nova Déli com o artigo “A divisão de águas sino-indianas”. No primeiro é destacado o rebaixamento dos aqüíferos do país devido ao excesso de demanda de água para irrigação, já que existem muitos subsídios para irrigação, que somado ao aumento populacional (demanda humana) e indústrias de uso intensivo de água poderá estar agravando este problema. A avaliação deste rebaixamento foi realizada com base em informações de satélite, com metodologia desenvolvida pelo programa GRACE (Experimento de Recuperação da Gravidade e do Clima http://www.csr.utexas.edu/grace/). Este programa iniciado em 2002 utiliza dois satélites para realizar medições da gravidade da Terra e suas variações da Terra e estima a variação de água dos sistemas naturais ao longo do tempo. Recomendo ver o filme em http://www.amnh.org/sciencebulletins/?sid=e.f.GRACE.20090717&src=l. Com base nestas medidas foram estimadas as reduções de 54 km3 numa faixa de 2 mil km que cruza Paquistão, Bangladesh e Índia. Este tipo de metodologia também é utilizado para estimativa da variação do nível do mar.

O segundo artigo destaca uma questão estratégica da limitada disponibilidade de água para os dois gigantes mundiais (China e Índia), em população e de crescimento econômico acelerado. Os dois países juntos possuem cerca de 300 milhões de hectares agricultáveis. Contudo, a questão crítica destacada é de que a cabeceira e a regularização da água dos rios Indianos fica no Tibet (administração da China) com as geleiras e grandes aqüíferos. A China está desenvolvendo projetos de transposição de bacia dos rios Tibetianos, o que reduziria a alimentação de água para índia, criando mais um potencial conflito pela água. A Índia, pressionada pela a escassez de água, a redução das suas fontes por transposição, que somado ao efeito climático de perda de regularização por derretimento das geleiras, teria necessariamente que reagir a estas questões, seja de forma a racionalizar seu consumo como no âmbito diplomático de um importante conflito. Isto se reflete atualmente na falta de compartilhamento de informações hidrológicas entre os dois países que tem produzido uma desconfiança mutua. No texto o autor destaca ainda a suposta intenção chinesa de utilizar explosões nucleares pacíficas para desviar o Brahamaphutra e a formação hidrológica do presidente chinês Hu Jintao como impulsionador dos grandes projetos hidrelétricos. O que se observa é que a água é um produto em escassez em diferentes locais da Terra, principalmente devido ao desperdício e ao aumento da população e demanda (água virtual). A evolução natural da sociedade será de buscar soluções mais eficientes, mas isto somente ocorrerá quando o valor da água aumentar.

Posts Relacionados

Ver tudo

Comentários


Inscreva-se na nossa Newsletter

bottom of page