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Eficiência e conservação da água

  • Foto do escritor: Rhama Analysis
    Rhama Analysis
  • 18 de jan. de 2009
  • 3 min de leitura

Na semana passada mencionamos o cenário que as grandes metrópoles estão vivendo de grande crescimento espacial e contaminação das suas fontes de abastecimento. Na semana passada numa reportagem do jornal “O Valor “a secretaria de Energia e Saneamento de São Paulo menciona o estudo que está sendo realizado em São Paulo para busca de novas fontes de água, já que a Região Metropolitana está no seu limite de disponibilidade em 67 m3/s. Considerando aí a importação de água da bacia do rio Piracicaba.

Um dos aspectos interessantes abordados é a redução das perdas na rede de abastecimento que foi mencionado pela secretária que é de 28% e a meta é buscar chegar até 14%. Considerando a vazão total acima de 28% representa 18,8 m3/s. No entanto, deve-se considerar que a perda média nos Estados Unidos é de 12% e, com muito investimento pode-se chegar a 8%. Uma estimativa aceitável em função da idade da rede é da ordem de 15%, que é a meta apresentada. A Coréia do Sul com muito investimento conseguiu baixar de 35% para 15% devido a limitada disponibilidade hídrica. No caso de São Paulo, a redução em 14% das perdas representará 14,4 m3/s, quantidade esta que poderá abastecer 4,5 milhões de pessoas adicionais.

É importante destacar a diferença entre eficiência e conservação da água. A eficiência na gestão da água trata dos processos e técnicas que melhor disponibilizem a água seja ela para abastecimento, irrigação e outros. A conservação envolve o uso racional da água, ou seja, sem desperdícios de consumo. Quanto a isto é interessante observar que no consumo da água países como os Estados Unidos tendem a ser eficientes no uso da água, mas de baixa conservação, pois a média de consumo da água neste país é superior a 600 litros/dia/pessoa, diferente de alguns países europeus que é da ordem de 150 litros/dia/pessoa e do Brasil que é de 200 a 250 litros/dia/pessoa.

Este alto consumo muitas vezes está relacionado com vários fatores como: (a) baixo preço da água se comparado ao poder aquisitivo da população; (b) falta de medição individual; (c) uso extensivo para irrigar em áreas semi-áridas ou muito secas como Oeste americano; (d) baixa eficiência de consumo (Quando morei nos Estados Unidos, por várias vezes vi os sprinkles ligados em dia de chuva). Neste caso, observa-se que a eficiência não está somente nas empresas distribuidoras, mas também nas pessoas que utilizam a água para todo tipo de limpeza.

O maior regulador do consumo é o preço, pois a eficiência somente é obtida quando se dá o efetivo valor econômico ao bem e a cobrança progressiva de consumo permite esta valoração. O subsídio de consumo pela população de baixa renda pode ser realizado de acordo com o consumo. Esta já é prática brasileira, que ainda necessita algum aprimoramento como no consumo de edifícios, onde em muitas cidades não existe medidor individual.

O desenvolvimento de eficiência e conservação deverá ser impulsionado pelas pressões de disponibilidade e ambiental. Por exemplo, em Denver os locais reservatórios de abastecimento de água não foram aprovados ambientalmente e a cidade foi obrigada a racionalizar a água (conservação), o consumo era superior a 600 l/dia/pessoa. A criatividade quanto a conservação e uso da água envolve: (a) separação de água negra e água cinza dos edifícios para reuso; (b) uso de reservatórios para água de chuva; (d) redução de perdas da rede de distribuição; (e) aumento da eficiência dos vasos sanitários; (f) mudança da progressividade dos valores de consumo, que levem a eficiência de consumo. O valor adicional cobrado financiaria um programa educativo de conservação; etc.

Não acredito na crise da água a nível mundial, como tanto se fala, mas sim em crises localizadas de grandes centros urbanos ou de áreas de baixa disponibilidade. A eficiência e a conservação dependem muito da motivação financeira e da crise, mas é melhor se antecipar.

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