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A alternativa da dessalinização da água

  • Foto do escritor: Rhama Analysis
    Rhama Analysis
  • 21 de jun. de 2008
  • 3 min de leitura

O abastecimento de água em regiões semiáridas e nas cidades costeiras possui uma alternativa adicional de obtenção da água que é a dessalinização.

Nas regiões semiáridas, a água subterrânea e mesmo os reservatórios superficiais com alto tempo de renovação do seu volume (relação entre o volume e vazão) tende a possuir água salobra (concentrações da ordem que começam em 500 mg/l de sais aumentando até os níveis de sais do mar que são acima de 30.000 mg/l). Neste caso, o dilema é a concentração de sais que sobram do processo. Existem alguns usos integrados como o plantio de forrageiras e o uso em tanques de piscicultura. O maior problema destas regiões é a gestão dos sistemas, já que a baixa educação faz com que investimentos acabem se perdendo com o tempo, caso não haja um maior treinamento às pessoas do local.

No caso de cidades costeiras, o uso da água do mar é uma alternativa interessante. Neste caso, concentrações são altas, mas a disposição do rejeito de sais permite uma gestão mais eficiente, pois o volume do mar é muito grande e dilui o concentrado de sais que sai do processo.

A revista The Economist do último dia 7 de junho (2008), no seu Tecnhology Quarterly, apresenta uma interessante reportagem sobre a tendência de uso da dessalinização no mundo. Apresenta alguns dados, como que o número de plantas de dessalinização no mundo é de 13.080, com vazão de atendimento total de 643 m³/s, representando 0,5% da demanda mundial. Considerando uma demanda de cerca de 200 L/s, este valor representa o atendimento de 278 milhões de pessoas.

Atualmente existem dois processos principais:

(a) Osmose reversa, que utiliza alta pressão de bombas para filtrar a água através de uma membrana;

(b) Destilação em múltiplo-estágio, que utiliza câmaras e calor para retirar o sal da água. Quanto maior for a concentração de sais, maior é o uso de energia.

Este tipo de obtenção da água vem sendo utilizado desde a primeira parte do século XX, no Oriente Médio, onde existe energia disponível de aquecimento disponível para dessalinização.

Com o desenvolvimento de grandes metrópoles na costa e a dificuldade de ampliar a disponibilidade hídrica segura para estas grandes concentrações humanas, a água do mar passou ser uma alternativa a ser analisada, principalmente como segurança à falta de água em períodos críticos climáticos.

O dessalinizador utiliza muita energia, inicialmente cerca de 8 kWh por m³ e atualmente está em 3,7 kWh/m³ (caso de Perth na Austrália, segundo The Economist). A eficiência tem aumentado com o aproveitamento da quantidade de movimento gerada na osmose reversa através de pequenas turbinas que recuperam parte da energia utilizada. O custo caiu para US$ 0,50/m³ e aumentou recentemente para US$ 0,75/m³ com a desvalorização do dólar. Mesmo assim, este custo é competitivo nas condições atuais de produção.

A tendência atual é de aumento do uso de osmose reversa com o aprimoramento tecnológico de membranas e da eficiência da energia utilizada na produção. Esta pode ser uma importante opção no Brasil, considerando a extensa costa e o grande número de metrópoles localizadas próximas da costa e com limites de disponibilidade hídrica devido à escassez de quantidade e qualidade da água (contaminação da quantidade e qualidade da água). No caso das regiões semiáridas, é também uma importante alternativa, mas as dificuldades estão relacionadas com a gestão, já que a demanda é difusa e o uso de equipamentos que necessitam de manutenção em áreas distantes sem apoio técnico e treinamento já se mostrou ineficiente.

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